As xícaras ditas Isabelina ou caipira, nome teve origem
no século XIX devido ao hábito que a Rainha Isabel II da Espanha, na época do
romantismo, tinha de presentear as pessoas com xícaras que
traziam elementos que remetiam ao sentimentalismo como flores, coração, frutas,
cenas galantes e palavras de amizade, amor, saudade entre outras.
As Xícaras Isabelinas começaram a ser manufaturadas na
segunda metade do século XIX, na Europa do pós-império napoleônico. Tiveram seu
apogeu durante a Revolução Industrial, quando a fábrica Otto, na Alemanha,
resolveu investir na produção e passou a exportar. No Brasil, a disseminação
dessa moda aconteceu na década de 1930. Uma das fábricas aqui no Brasil foi a
cerâmica Santa Terezinha, de Pedreira.
A sua introdução no Brasil se deu através de diversas
encomendas de manufaturas européias, japonesas ou até mesmo produção local,
muitas principalmente as austríacas não possuíam marca de manufatura, diversos
exemplares apresentam nomes escrito na língua portuguesa mesmo os encomendados
no exterior.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as Xícaras Isabelinas
sumiram das prateleiras comerciais e domésticas, pois toda a produção foi
interrompida e a marca Otto, a mais famosa da época, desapareceu sem deixar
nenhum registro, nem mesmo na Alemanha, por isso hoje, é um item disputado e
reverenciado por antiquários e colecionadores do mundo todo.
São peças de qualidade e beleza excepcional, e para sua
confecção eram utilizados vários tipos de bisnagas de confeiteiro.
As xícaras eram comercializadas nas lojas de presentes,
mas também serviam de brindes para aqueles que pagavam a conta em dia, incentivo
utilizado pelos comerciantes da época.
Estas peças, com todo seu luxo e exuberância, não passam
despercebidas aos olhos de seus admiradores... Só mesmo as imagens conseguem
mostrar o valor inestimável dessas relíquias.